released April 14, 2022
Catarina Lacerda - voz
João Pedro Brandão - flauta, saxofone alto
Nuno Trocado - guitarra eléctrica, composição
Sérgio Tavares - contrabaixo
Acácio Salero - bateria
Pedro Pires Cabral - theremin, samples, gravações de campo
Jorge Louraço Figueira - texto
Estreado em 29 de Julho de 2021 no Largo da Capela Nova, Vila Real, com figurinos de Helena Guerreiro. Gravado no dia 28 de Agosto de 2021 no CARA - Orquestra Jazz de Matosinhos. Captação de som por Nuno Couto. Mistura e masterização por Sérgio Valmont. Arte gráfica e embalagem por mariamonica.com.
Carimbo Porta-Jazz PJ#081
Uma viagem literária por anjos (há qualquer coisa de Wim Wenders nesta praça de “memórias emparedadas") que Trocado, a actriz Catarina Lacerda e restante grupo tratam como banda sonora para um lugar em obras, para uma “humanidade [que] tem o talento para se iludir”, entregue aos números e à escravidão laboral. Tudo com uma ginástica musical que Frank Zappa não desdenharia. (Gonçalo Frota, in Público, 6/2/2023)
Os textos são muito bonitos e Catarina Lacerda di-los muito bem o que nos faz seguir toda a peça, desde logo, com prazer. Viajamos entre entre anjos, aves, cidades, pessoas, espíritos e atentados à bomba. Revoluções em pequenas comunidades, o trabalho e os atores de todo este ecossistema que troca relações e inconveniências. A música de Nuno Trocado vai criando vários ambientes, como que construindo um cenário sonoro para aqueles trechos; é a música que molda os estados de espírito enquanto a atriz diz o texto com alguma neutralidade. A música, por vezes descreve e concretiza, outras abstrai. Isto não é teatro musicado, mas também não é música vocal ou locução acompanhada. É um equilíbrio fino, novo e muito interessante. (Gonçalo Falcão, in Jazz.pt, 14/02/2023)
Este é um disco que se escuta como quem vê um filme, com a natural curiosidade de se perceber o que nos traz a cena seguinte, com passagens mais pastorais ou, por vezes, feitas até de uma certa tensão cinemática, como acontece mo curioso “Baile”, tema que soa a pedaço perdido da banda sonora de um filme policial e que é guiado pela impressionista guitarra de Trocado a que o saxofone de Brandão e os samples de Cabral adicionam depois camadas de intriga. Como escrevi, tudo certo aqui. (Rui Miguel Abreu, in Rimas e Batidas)
On se retrouve dans les dessous du théâtre, l’endroit réservé aux projets électro d’avant-garde pour le groupe portugais Umbral, en uniforme blanc mi-colonial, mi-extraterrestre, pour une session de musique à texte déclamé aux sonorités technoïdes (un thérémine faisant le job). Cela me rappelle l’Orchestre du Tricot dans Atomik Spoutnik, assez rock et déjanté. ( Matthieu Jouan, in Citizen Jazz, 05/03/2023)
Before starting Umbral I already had the experience of Cotovelo. The format was essentially the same, with the challenge of fitting music for a jazz band (drums, bass, guitar, woodwinds, now with extra electronics) with the monologue that Jorge had written and Catarina's flexible performing. We would start out the rehearsals in a pretty open way and workshop ideas, progressively agreeing on some pivot points to structure and sequence the music/text relationships, but without fixing them on a strict timeline. Even then, in Cotovelo the music tracked the text closely. There were a good number of cues to be followed, phrases that had to repeat x number of times, that kind of thing. This was a chore to rehearse. It also demanded a degree of score following and concentration that took away from the more zen-like mindset that we strive for when playing. So this time I wanted to have much less written stuff. I also wanted to move away from head/solo-like forms and keep everything fluid. The other difference was that Cotovelo was created in a week-long residency, and for Umbral we had potentially more time. But I didn't need much time to compose. Jorge and I went a few times to Vila Real and the Trás-os-Montes region, we ate "tripas aos molhos", drank wine, got some cold dry wind on our faces, admired the views, the mountains, the open spaces, and talked about Wim Wenders, politics, angels, old train stations, local history, and ways to zoom in and out.
The text had a recurring singsong verse, so first I wrote a simple melody to go with it. Catarina sings it at various moments, accompanied by different instruments. Then mostly everything else from the score is derived from this short theme. You can hear it on "Tempo", as the motive for "Anjos", in the main sixteenth note phrase of "Baile"'s hocket, in the melody of "Escombros", in the harmonies of "Fantasma", in the fragments of "Fragmentos", in the riff of "Ninguém fica para trás", etc. Really, the whole thing traces ostensibly back to the theme; it's just unabashed, old-fashioned organic unfolding from a single seed.
The result was a minimal score, just a few musical ideas that could be flexibly organized together with the text, and that could serve as starting points for the improvisations. A working tool, more than a final artifact. Because of this, there are also no one-to-one matches between the written pieces and the tracks on the recording (which themselves result of a somewhat artificial slicing of a continuous work). For example, the piece titled "Anjos" is also heard on the track named "Praça", not all of the possibilities expressed on the notation were used on the recording session (we played more of them live, though), and "Ninguém fica para trás" uses the bass line found on "Escombros".
Here's the pdf: Umbral score, Nuno Trocado (2021).
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